ter, 23 de julho de 2019

A noite dessa segunda-feira (22), do 29º Festival de Inverno de Garanhuns vai ficar na história do evento – e pode ter reverberações positivas também em outras festividades ao redor do Estado. Com programação do palco Mestre Dominguinhos, o principal do FIG, voltado para o brega, o público compareceu em massa, lotando a praça. Ao todo, cerca de 30 mil pessoas presenciaram os shows de Cafuringa; da banda Kitara; das Amigas do Brega e de Priscila Senna.

“Vocês não sabem como é importante para qualquer artista que está no palco receber essa energia de vocês. Espero que a gente faça desta noite algo muito especial porque é a primeira vez que o brega pernambucano participa deste evento. Para a gente é uma grande felicidade estar aqui representando este movimento que saiu da periferia e conquistou o coração de todo o povo pernambucano. E com certeza hoje tem muitas pessoas de muitos estados do Brasil que estão conhecendo nossa cultura porque brega também é cultura pernambucana”, afirmou Rodrigo Mell, um dos vocalistas da banda Kitara, que se apresentou logo após o dançante show do garanhuense Cafuringa.

ELAS, AS AMIGAS –Quando as Amigas do Brega subiram iniciaram seu show no palco principal do FIG 2019, a lotação da Praça Mestre Dominguinhos já era máxima. Os portões de acesso fecharam às 23h devido à quantidade de pessoas. O fato de a apresentação ser realizada em uma segunda-feira chuvosa e, ainda assim, arrastar uma multidão de 30 mil pessoas, só confirma a força da música brega, que até então não aparecia em eventos patrocinados pelo Estado. O simples anúncio da chegada de Eliza Mell, Dany Myler, Palas Pinho e Dayanne Henrique foi suficiente para dar início a uma euforia – que continuou durante todo o setlist das artistas.

APOTEOSE – Assim como as outras atrações da noite, Priscila Senna mostrou que não só tem uma ótima voz, como também um bom controle técnico e executou o show como uma estrela pop – ou melhor, uma estrela brega, pois como a quinta noite do FIG mostrou, Pernambuco tem sua própria indústria pop com os “bregastars”. A ex-vocalista da banda Musa apresentou um repertório eclético, que foi de composições de “baile”, como Cachorro Combina Com Cadela, ao romantismo, a exemplo de Casal Raiz, e à “sofrência”, como em Não Vou Mais Te Amar.

“Memorável em diversos sentidos, principalmente por reconhecer uma manifestação cultural que há pelo menos duas décadas pulsa em Pernambuco, a Noite do Brega talvez tenha ainda um outro mérito, que é o de aprofundar uma ideia horizontal de cultura, sem arcaicas divisões elitistas. Um Festival, afinal, oferece a possibilidade de entrar em contato com diferentes expressões, ampliar o olhar e agregar públicos distintos – e que o FIG tenha finalmente abraçado o movimento brega é um ótimo sinal”, registrou o Jornalista Márcio Bastos, na matéria assinada no JC.

Com informações do Blog de Carlos Eugênio