qua, 01 de julho de 2020

O economista Carlos Decotteli deixou, nesta terça-feira (30), o comando do Ministério da Educação antes da própria posse. Desde a sua nomeação, ocorreram revelações que apontaram inconsistências no currículo de Decotelli – falsos títulos de doutorado na Argentina e pós-doutorado na Alemanha, além da denúncia de plágio na tese de mestrado. O estopim da polêmica foi quando a Fundação Getúlio Vargas negou que ele teria feito parte do quadro de professores efetivos da instituição – citado por ele 18 vezes no currículo Lattes.

Decotelli foi nomeado para o Ministério da Educação na última quinta-feira (25). Um dia após o anúncio de que assumiria o MEC, feito pelo presidente Jair Bolsonaro em suas redes sociais, a sua formação acadêmica começou a ser contestada pelas instituições citadas em seu currículo Lattes. 

Primeiro, o reitor da Universidade Nacional do Rosário, na Argentina, respondeu à publicação de Bolsonaro no Twitter, afirmando que o recém-nomeado ministro da Educação não teria o título de doutorado naquela instituição. Decotelli cumpriu os créditos, mas foi reprovado ao defender sua tese. Em seguida, a Universidade de Wuppertal, na Alemanha, informou que Decotelli conduziu pesquisas na universidade por três meses, em 2016, mas que não concluiu nenhum programa de pós-doutorado. 

Na noite dessa segunda-feira (29), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) emitiu nota desmentindo a informação de que Decotelli teria sido professor efetivo da instituição, entre os anos de 2001 e 2018. O comunicado esclarece que ele atuou apenas nos cursos de educação continuada, nos programas de formação de executivos e não como professor de qualquer das escolas da Fundação.

O agora ex-ministro foi indicado ao cargo pela ala militar do governo, mas acabou perdendo o apoio do núcleo após as contestações à sua formação ao longo da semana, em especial à da FGV. Em um ano e meio, o Ministério da Educação caminha para o quarto ministro.

Do Diário de Pernambuco