seg, 11 de setembro de 2023

O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), aterrissa, hoje, no Recife, depois de dez dias de uma viagem a negócios no exterior. Amanhã, ou na quarta, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), confirma o nome do deputado estadual Antônio Coelho (UB), irmão de Miguel, como novo secretário de Turismo da sua gestão, substituindo Cacau de Paula, filha do ministro André de Paula, da Pesca.

O acordo sela, definitivamente, a volta do grupo Coelho ao velho ninho da Frente Popular no Estado, hoje tendo como figura mais expressiva o prefeito da capital, herdeiro político do ex-governador Eduardo Campos. Nas eleições passadas, Miguel se contrapôs ao PSB saindo em faixa própria como candidato a governador. Não indo ao segundo turno, apoiou Raquel Lyra (PSDB)

Isso deixou o grupo Coelho mais distante ainda do PSB. Tudo porque havia uma expectativa de que Miguel, que anunciou o apoio a Raquel sem antes mesmo conversar com a tucana, no calor da derrota em primeiro turno, viesse a ser prestigiado no Governo do Estado, se não como secretário, mas com alguém que representasse o seu grupo.

Até porque Miguel foi o principal responsável pela avalanche de votos que Raquel teve em Petrolina no segundo turno, algo em torno de 80 mil votos, quando no primeiro turno alcançou pouco mais de cinco mil votos. Petrolina foi um dos raros municípios no Sertão que Raquel ganhou de Marília, por causa do voto casado da petista com Lula, graças especialmente à força de Miguel.

Mas a governadora nunca reconheceu isso, o que não é novidade. Quando eleita prefeita de Caruaru em segundo turno contra Tony Gel, Raquel teve o apoio do ex-prefeito José Queiroz (PDT), que foi fundamental. Raquel, entretanto, disse que ganhou por mérito próprio, abandonou Queiroz e a ele negou água e pão, acabando a relação com menos de seis meses de gestão.

A chegada do grupo Coelho ao Governo de João Campos tem também esse ingrediente eleitoral, já com vistas não apenas à reeleição no socialista no Recife, mas com a montagem do arco de alianças dois anos depois, em 2026, para tentar impedir a reeleição de Raquel.

Matéria do Política Pernambucana (clique aqui)